Projeto do CCT combate preconceitos e exalta o respeito à diversidade dentro da UFCG

Alguns alunos da Universidade Federal de Campina Grande estão levantando mais a sério e colocando literalmente em prática a ideia de igualdade e respeito às diferenças. Mais especificamente, são 15 estudantes, e eles fazem parte do projeto de extensão intitulado ‘Inclusão e acessibilidade na UFCG: convivência com a diversidade física humana’, sob a coordenação da professora Taciana Lima, da Unidade Acadêmica de Engenharia de Produção, no Centro de Ciências e Tecnologia. O projeto, multidisciplinar, ainda conta com a colaboração de dois outros professores: Hermilia Ayres, da área de ciências sociais, e Lívio José da Silva, também de Engenharia de Produção.

A ideia é simples: colocar em prática conceitos e atitudes básicas de respeito ao próximo, que deveriam ser regras obedecidas, compulsória e naturalmente, por todo e qualquer cidadão. Deveriam. Na prática, no entanto, o trabalho é bem mais complexo.

“O objetivo da atividade é promover a sensibilização da comunidade que circula dentro e fora do espaço universitário sobre a importância da inclusão na sociedade dos alunos com necessidades educacionais especiais. Mas não só deles, como também de familiares, colegas, funcionários e todo o Universo que permeia essas pessoas”, explica a coordenadora do projeto, Taciana Lima. “Um dos principais focos do projeto, podemos dizer, é tirar a invisibilidade das pessoas com deficiência, algo que a gente sabe que ocorre com frequência em diversas situações da vida social. Queremos ser porta-vozes dessa causa, e que cada vez mais pessoas pensem assim”, finaliza.

Primeiramente, o trabalho de conscientização é interno. Os primeiros encontros do grupo são para leitura e debates de temas, conhecimento das leis e dos termos técnicos, discussão sobre a importância de se tratar o assunto com maiores cuidados e quais atitudes podem ser tomadas de forma a efetivar a sensibilização do outro e a facilitar o convívio de uma forma geral. Também identificar quais barreiras chamam a atenção, sejam limitações físicas ou atitudinais, e pensar em propostas para superá-las. Como garante a coordenadora, não são aulas tradicionais, mas sim encontros, rodas de conversa onde os envolvidos ficam livres para debater os assuntos relacionados.

Material lúdico produzido por equipe da UFCG para fortalecer o debate sobre o tema da inclusão, diversidade e do respeito

“Tomamos como base os alunos que se autodeclaram com necessidades especiais nos formulários de ingresso na Universidade, mas não podemos nos restringir a esse número. Isso porque nem todos o fazem corretamente, seja por medo de sofrer alguma espécie de discriminação, por vergonha ou até mesmo falta de conhecimento e orientação”, conta a professora Hermilia Ayres, colaboradora do projeto. “Por isso, precisamos trabalhar o tema com todos. Até porque, por exemplo, muitos dos alunos e professores sem necessidades especiais, mas que convivem com pessoas com deficiência, não sabem exatamente como se portar diante de algumas situações, e é importante quebrarmos todas essas barreiras para possibilitar que todos se sintam cada vez mais à vontade dentro da Universidade”, completa.

Não é preciso dizer que o objetivo do trabalho não se restinge exatamente à UFCG. O projeto tem planos de executar palestras, dinâmicas, ações públicas e até aulas de vivência fora da Universidade, nas quais os alunos envolvidos poderão interagir diretamente com a sociedade e repassar informações, coletar dados e potencializar os efeitos do projeto. E o resultados obtidos vão muito além do que se pode imaginar.

Planta baixa da UFCG + Acessos externos

“Me interessei pelo projeto por questões pessoais. Minha mãe é cadeirante atualmente, mas não era há algum tempo, foi tudo de forma inesperada. E toda a família precisou aprender a lidar com essa situação”, contou a aluna do sétimo período de Engenharia Civil e bolsista no projeto, Raíssa Góis, explicando a motivação que a fez ingressar no projeto.

O trabalho desenvolvido na Universidade alcança resultados todos os dias. “Começamos arrumando a casa. O primeiro passo é sensibilizar a nós mesmo, para somente depois disso nos direcionarmos ao ambiente externo. E com isso, crescemos todos nós”, diz Taciana. E quando o objetivo é possibilitar conhecimentos, promover o respeito e eliminar barreiras de convivência, a verdade é que todos, de fato, professores e alunos, aprendem muito mais do que ensinam.