Estudantes poderão acompanhar expedição científica pela internet
Já imaginou como seria participar de uma expedição científica em alto-mar? Embora a distância, isso será possível para estudantes do ensino médio e superior de todo o país. Basta que escolas e instituições de educação superior agendem, gratuitamente, uma conferência virtual com a agente de divulgação brasileira Cristiane Delfina, que está a bordo do navio de pesquisas JOIDES Resolution, pela Expedição 369, na Austrália. Por meio das chamadas de vídeo, os estudantes poderão, entre 1º de outubro e 25 de novembro, conversar com os cientistas a bordo, conhecer o navio e aprender como são realizadas as pesquisas longe da terra firme.
Os agendamentos para as transmissões ao vivo já estão disponíveis. As escolas e instituições de educação superior interessadas devem ter um computador com programa apropriado para fazer a chamada, uma webcam com microfone, caixa de som e internet de boa qualidade.
Para divulgar as atividades científicas do International Ocean Discovery Program (IODP) e os resultados da expedição, Cristiane Delfina foi selecionada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do programa IODP/Capes-Brasil, para atuar como agente de divulgação da expedição. A intenção é mostrar o que é realizado pelos cientistas para estudantes, pesquisadores, professores de ensino médio, docentes da educação superior e profissionais que trabalham com divulgação científica, de forma a estimular o interesse pela ciência nos oceanos.
Na opinião de Cristiane, além de ser um importante retorno para a sociedade, o programa é uma forma de tratar da ciência fora dos livros e da teoria. “Muitos estudantes não escolhem certas carreiras por não terem informações suficientes sobre as possibilidades que elas abrem. Poder ver como pode ser a vida de um cientista na prática é um incentivo e um jeito de abordar temas como paleontologia e geologia de uma forma bem mais divertida”, avalia a divulgadora.
A Expedição 369 – que ocorre de 26 de setembro a 26 de novembro –perfurará o solo no oceano Índico para possibilitar estudos sobre as camadas de sedimento do período cretáceo e fará análises dos movimentos oceânicos. A bordo do navio estão cerca de 120 pessoas, sendo 33 cientistas.
Programa
Formado por 23 países, o IODP tem a participação de cientistas do mundo todo, entre ele paleontologistas, geólogos, biólogos e geógrafos. O programa internacional de pesquisas marinhas investiga a história e a estrutura da Terra a partir do registro em sedimentos e rochas do fundo do mar, além de monitorar ambientes de sub-superfície.
Parte significativa da comunidade científica atuante em ciências do mar de águas profundas de diversos países está envolvida no programa. Desde 2013, o Brasil, por meio de financiamento viabilizado pela Capes, é membro do consórcio JOIDES Resolution e colabora com o IODP. Para executar as atividades previstas no programa, a Capes tem o apoio de um comitê científico e um comitê executivo.
Expedições do IODP usam avançada tecnologia de perfuração oceânica, de modo a permitir disseminação de dados e amostras a partir de arquivos globais, particularmente para os países membros do programa. O sistema de perfuração é apoiado por um parque analítico a bordo do navio de pesquisa JOIDES Resolution, composto por equipamentos de última geração voltados a pesquisa geofísica, geoquímica, microbiológica e paleoclimática. Além da infraestrutura a bordo, o IODP conta com apoio de numerosas instituições de pesquisa e formação de recursos humanos nos diferentes países que atualmente compõem o programa.
As instruções para o agendamento da conferência podem ser acessadas na página eletrônica do programa.
(MEC)