(Especial Revista UFCG) LABDES – Água pra quem tem sede
Reportagem especial publicada da nona edição da Revista UFCG. Para acessar o material na íntegra, clique AQUI.
A Universidade Federal de Campina Grande esteve na agenda do governo federal nos últimos meses. Um laboratório, em especial, chamou a atenção por ser referência em um tema frequentemente em pauta: a água. É que o Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES/UFCG) é um dos principais do país no assunto, repleto de projetos que efetivamente contribuem com a sociedade, transformam água insalubre em potável e auxiliam na renda de famílias por todo o país.
Não é de hoje, no entanto, que esses resultados são obtidos. Implantado em 2003, sob coordenação do professor Dr. Kepler Borges França, o LABDES atua no âmbito da Unidade Acadêmica de Engenharia Química do Centro de Ciências e Tecnologia (UAEQ/CCT) da Universidade. Tornou-se um espaço multidisciplinar, em função das suas atuações em projetos de pesquisa e extensão relacionados a diversas áreas de conhecimentos da ciência e tecnologia, para estudar e procurar resolver problemas de ordem social e ambiental. Atualmente, possui uma área coberta de 500m², incluindo oficinas, salas de estudos e diversos outros laboratórios, como é o caso do Laboratório para análises físico-químicas de águas, Laboratório para análises bacteriológicas de águas, Laboratório para desenvolvimento de membranas cerâmicas e Laboratório para análises de sistemas que utilizam energias alternativas.
“Se eu for dizer quantos projetos já realizamos, corro um risco grande de errar. Porque não conto, esses números não me importam. O que me interessa são os projetos de impacto, aqueles que, de fato, conseguimos colocar em prática e manter, ajudando a população, trazendo benefícios efetivos. O mundo tem bilhões de habitantes, e nossa missão é contribuir de alguma forma, fazer alguma diferença”, comentou o coordenador do LABDES, professor Kepler França.
Entre esses trabalhos de impacto, Kepler citou um projeto iniciado em 2007 e que até hoje rende frutos. Trata-se do “Projeto Água: Fonte de Alimento e Renda”, sistema instalado na comunidade de Uruçu, em São João do Cariri, no semiárido paraibano, para atender a população com água potável e produção de microalgas e verduras a partir do concentrado da dessalinização. Ou seja, na prática, foi desenvolvido um método para tornar água insalubre em água potável, pronta para beber. Além disso, os rejeitos desse processo, ao invés de serem descartados ou poluírem o ambiente, viram fonte de renda para a comunidade.
Esse projeto, ainda em perfeita utilização, foi amplamente premiado, inclusive em âmbito internacional. “É isso, a Universidade tem que chegar na porta do cidadão. Não adianta apenas teorias, modelos, fórmulas e equações; é preciso aplicabilidade, melhorar a vida das pessoas, resolver problemas de ordem social, ambiental e econômica, questões de segurança e saúde”, explicou o professor. Outro trabalho nacionalmente reconhecido é a implantação do Sistema de dessalinização do Arquipélago de Fernando de Noronha. Algo realizado também em diversas comunidades da Paraíba, da Amazônia e outros tantos estados brasileiros.