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Última atualização: 21/03/2022
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Dois jovens pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande estão entre os aprovados na Chamada Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cujo objetivo é selecionar propostas para apoio financeiro a projetos que visem contribuir significativamente para o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação do país. Josué Buriti e Solomon Amoah são os únicos representantes de Campina Grande na categoria Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais. A Paraíba tem seis aprovados no total.
“É uma conquista muito especial. A Chamada é bastante disputada, pesquisadores do Brasil inteiro concorrem. Pra se ter uma ideia, alguns professores renomados hoje em dia não conseguiram ser aprovados nas suas épocas. Muitos vieram nos parabenizar e reconhecer o resultado. É uma satisfação imensa”, contou Solomon.
Solomon, que nasceu na cidade de Bauchi, na Nigéria, mas morou quase toda a vida em Acra, capital e maior cidade de Gana, vive no Brasil há 14 anos. Chegou pelo sul. Aprendeu o idioma, ingressou na graduação em Farmácia e emendou Mestrado e Doutorado, todos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. No início deste ano, a convite do Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CERTBIO), do Centro de Ciências e Tecnologia da UFCG, tornou-se pesquisador do laboratório e membro voluntário do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade.
Seu projeto é um estudo relacionado às propriedades de um fio de sutura utilizado para reparação de tecidos. Aborda a investigação da qualidade, o controle de quantidade de fármacos envolvidos no processo e sua melhor aplicabilidade. Os fios com fármacos presentes no processo, inclusive, são desenvolvidos por uma aluna de doutorado da própria Universidade, Milena Costa.
Já o trabalho de Josué, também desenvolvido no CERTBIO, tem perspectiva de aplicação direta na Medicina e Odontologia. Trata-se da utilização de biomateriais que podem melhorar atividades diversas, como as microbianas, ou seja, favorecem a regeneração óssea, por exemplo. “É um estudo que já leva anos, mas a novidade que trazemos está na obtenção dos materiais e no processo, que tendem a garantir maior simplicidade, modernidade, e custos mais baixos do que já se conhece”, explicou Buriti.
No caso dele, um dos materiais é o biopolímero Quitosana, por exemplo, que é obtido de carapaças de camarão obtidas no nordeste brasileiro.
Josué e Solomon foram aprovados na Faixa A da Chamada. Ela garante até R$ 30 mil aos selecionados. Podiam inscrever-se doutores formados a partir de 2011. Entre os critérios de avaliação, consideram-se as perspectivas de aplicação do estudo, o potencial das pesquisas, a experiência dos coordenadores, além de aspectos formais de escrita e elaboração do projeto. “O reconhecimento é o maior prêmio, mostra que estamos caminhando na direção certa. Mas a aprovação também vai ajudar na obtenção de insumos, materiais e, especialmente, para estimular e capacitar mais pesquisadores da área, jovens estudantes. Quando eu era apenas um aluno de iniciação científica, aconteceu algo parecido comigo, e foi um estímulo importante. Tanto que estou aqui hoje”, comentou Buriti.
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