Até quando dura a pandemia? Pesquisa de professor da UFCG busca respostas sobre o Covid-19

Até quando a pandemia do Covid-19 vai durar? Será que o número de mortes e novos casos seguirá crescendo com o passar dos meses? Essas são algumas das perguntas que vêm atormentando brasileiros por todo o país, e é buscando respondê-las que o professor Josenildo Brito de Oliveira, da Universidade Federal de Campina Grande, iniciou um novo projeto de pesquisa. O trabalho acontece no âmbito do grupo de pesquisa Gestão da Produção e Sustentabilidade, da Unidade Acadêmica de Engenharia de Produção (UAEP/CCT).

“O objetivo é projetar estimativas de curto prazo para os casos confirmados e de óbitos por COVID-19 a partir da modelagem e simulação do comportamento de séries temporais. Na prática, o que se busca é responder questões como: qual será o número de casos confirmados para os próximos dias? Quantos óbitos ocorrerão? Quando haverá o achatamento nas curvas de casos confirmados e de óbitos?”, explicou o professor. “Há muitas variáveis, e por isso não podemos falar de um futuro distante, mas é possível estimar os 10, 15 próximos dias, e, com isso, preparar-se melhor para o enfrentamento da pandemia”, completou.

A primeira semana analisada apresenta a estimativa de dados até o próximo domingo (19/4). A partir do dia seguinte, serão expostos os valores esperados para os próximos. Os resultados até o momento podem ser acessados nos links abaixo.

ATÉ QUANDO?

Segundo o professor, a análise permite entender que, entre os países mais resilientes em lidar com o combate ao Covid-19, estão Alemanha, Espanha, Itália e Irã, por exemplo. Em ambos, o pico dos contágios para novos casos ocorreu com cerca de 52 dias (média de 51,7) depois do primeiro caso, e a curva decrescente, ou seja, a redução da taxa de novos casos, seguiu uma sequência média de 17,2 dias após isso. Ou seja, um processo de aproximadamente 70 dias.

“São prazos e estimativas, e é preciso vê-los com cautela, pois são estruturas diferentes, comportamentos diferentes. No Brasil, por exemplo, fazemos pouquíssimos testes, e isso é um diferencial negativo”, contou ele, lembrando que sua pesquisa utiliza dados da Universidade Johns Hopkins (EUA), coletados até o dia 12 deste mês. “Nesse sentido, acredito que é preciso analisar cada semana e comparar os resultados. Mas estou otimista no sentido de que consigamos chegar ao pico e entrar na fase descendente da curva até julho, ou agosto no mais tardar, mantidas as atuais medidas de contenção”, pontuou.

Para Josenildo, no entanto, o importante não é acertar prazos, mas identificar padrões de achatamento, progressão ou descendência da cuva da pandemia, e com isso poder enfrentar a situação com mais preparo e melhores resultados. “Os gráficos mostram que as medidas funcionam. O isolamento social, a quarentena, se vê que há resultados concretos na diminuição do espalhamento do vírus. Quanto mais pudermos entender o comportamento desse vírus, mais preparados estaremos para combatê-lo”, finalizou.