Aberta a chamada “Meninas nas Exatas, Engenharias e Computação

Estimular a formação de mulheres para as carreiras de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil; despertar o interesse vocacional de estudantes do sexo feminino da Educação Básica e do Ensino Superior por essas profissões e para a pesquisa cientifica e tecnológica; e combater a evasão que ocorre, principalmente nos primeiros anos, de meninas dos cursos de graduação nessas áreas. Esses são os principais objetivos da Chamada “Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação”, lançada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

A iniciativa, que representa um investimento total de R$ 3 milhões, estimula a aproximação das escolas públicas da Educação Básica das Instituições de Ensino Superior, exigindo que cada proposta deva, obrigatoriamente, envolver uma parceria entre elas. Para as escolas públicas, o projeto de envolver alunas do Ensino Fundamental a partir do 6º ano e/ou do Ensino Médio. Cada projeto pode ter de uma a cinco escolas públicas envolvidas.

As propostas podem ser enviadas até o dia 5 de outubro de 2018.

 

Sobre a Chamada

As escolas deverão se comprometer em garantir condições para realização das atividades do projeto e escolher um professor (das áreas de ciências, matemática, física, química, computação ou tecnologias) que se responsabilizará por organizar as atividades do projeto na escola.

Cada proposta deve prever, de acordo com o número de escolas públicas participantes do projeto, a participação de uma, duas ou três estudantes de graduação do sexo feminino matriculadas em cursos das áreas de ciências exatas, engenharias ou computação e de três a quinze estudantes da Educação Básica do sexo feminino, matriculadas nas escolas participantes do projeto.

Os participantes dos projetos, alunas e professores, receberão bolsas de iniciação científica e apoio técnico, respectivamente.

Veja a Chamada para ter as informações completas sobre critérios, condições e exigências.

 

Histórico

A Chamada é fruto de um esforço da Diretoria de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq para reduzir as desigualdades de gênero na pesquisa científica, tecnológica e de inovação.

Em recente participação, na Colômbia, do Seminário Taller sobre la participacíon de la mujer en la investigación científica en América Latina, realizado pelo International Development Research Centre (IDRC), do governo canadense e pelo COLCIENCIAS, da Colômbia, a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Adriana Tonini, apresentou dados que ilustram esse cenário. A proporção de mulheres que publicam artigos científicos cresceu 11% no Brasil nos últimos 20 anos e elas publicam quase a mesma quantidade que os pesquisadores homens (49%). Os números são do relatório Gender in the Global Research Landscape, Elsevier, de março de 2017, mostram a ascensão das mulheres na trajetória acadêmica e científica. Mas apesar do número de mulheres com bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado ser superior ao de homens, as mulheres representam apenas 33% do total de bolsistas de Produtividade em Pesquisa a mais prestigiada modalidade do CNPq. Além disso, há desigualdades mais acentuadas em áreas específicas como é o caso das ciências exatas, engenharias e computação.

Publicações de áreas como Computação e Matemática têm mais do que 75% de homens na autoria dos trabalhos, por exemplo. “Há uma sub-representação de mulheres em postos de prestígio e poder, incluindo as carreiras consideradas femininas”, aponta a Diretora. Resultado disso é que cientistas brasileiras recebem em média 0,74 citação/paper, enquanto os brasileiros 0,81. “Destaca-se que esse índice é semelhante entre homens e mulheres até nos países em que a produção é bastante desigual”, ressalta Tonini.

A questão de gênero tem sido tão importante nos debates que a ONU, em sua agenda 2030 (http://www.agenda2030.com.br/), com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), aponta a igualdade de gênero (5) e a redução das desigualdades (10) como itens a serem alcançados.

O Brasil, como país membro da organização, está comprometido com esses objetivos, tendo a Chamada 31/2018 como uma das ações para o alcance do ODS 5. Essa ação soma-se às iniciativas anteriores, já que, há 13 anos, o CNPq vem promovendo projetos nesse sentido, com o programa Mulher e Ciência.

A primeira Chamada ¿Meninas nas Exatas¿ foi lançada em 2013 e apoiou 325 propostas. Além disso, foram lançadas quatro chamadas de apoio a projetos de pesquisas nas temáticas relações de gênero, mulheres e feminismos, com 659 projetos aprovados e R$ 21 milhões investidos.

O CNPq também desenvolveu iniciativas de estímulo e divulgação do trabalho de mulheres pesquisadoras com o Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, com dez edições já lançadas; dois encontros “Pensando Gênero e Ciência”, seis edições do projeto Pioneiras da Ciência, entre outras ações.

Neste ano, paralelamente ao trabalho de elaboração da nova chamada, o CNPq tem marcado presença em eventos e encontros que buscam lançar a questão de gênero como prioridade nos debates sobre ciência. Além da participação no evento na Colômbia, sobre o papel da mulher na ciência da América Latina, com representantes de vários países da região, da UNESCO, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para América Latina (CIESPAL) e da Organização dos Estados Americanos,  no qual a diretora do CNPq representou o Brasil, Adriana Tonini esteve, também, no Congresso Nacional de Liderança Feminina (CONALIFE) 2018, em maio, e contou com a presença de mulheres de destaque no campo científico.

O congresso é promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo, em parceria com a ONU Mulheres. No evento, Tonini moderou o Painel “Mulheres na Ciência”, que contou, ainda, com a Professora Associada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Thaísa a Storchi Bergmannm, com Miriam Harumi Koga, Medalha de Ouro IX Olimpíada LatinoAmericana de Astronomia e Astronáutica e a Professora do ITA, Sonia Guimarães.

 

(CNPq)