Pesquisa desenvolvida no CCT visa otimizar processos de recuperação em procedimentos de saúde
Imagine a cena: o personagem está doente, com alguma área do corpo comprometida. Ele toma o medicamento receitado pelo médico, e, através de um chip implantado em seu corpo, esse fármaco vai diretamente ao local da enfermidade. Sem rodeios, sem voltas, mas totalmente direto e objetivo. E o personagem fica curado em tempo recorde.
É certamente uma cena digna de filme, e esse chip ainda não existe. Mas a ciência está cada vez mais se aproximando do que parece impossível. Exemplo disso é um projeto realizado no Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Campina Grande. Coordenado pela professora Ana Cristina F. M. Costa e sob responsabilidade do aluno de doutorado Itallo Morais, o trabalho desenvolve algo parecido com o exemplo imaginado acima. Trata-se de um produto que otimiza a atuação de fármacos no corpo, de forma a agilizar a recuperação e regeneração de tecidos.
“Por exemplo, pensemos numa fratura na perna. Normalmente, um tratamento inclui cirurgia no local, aplicação de placas e um tempo considerável para que o paciente possa se recuperar. A ideia do nosso projeto é que o produto final seja injetado exatamente no local, e os fármacos não se dissipem pelo corpo, mas se concentrem no local de atuação e aumentem a velocidade de recuperação”, explicou o responsável pelo projeto, o doutorando Itallo Morais.
Na prática, os pesquisadores trabalham com a mistura de substâncias. Cria-se um cimento ou enxerto ósseo a partir da junção de hidroxiapatita e ferrita de cobalto. “O produto encontrado nessa reação é totalmente biodegradável, ou seja, pode ser absorvido pelo organismo humano”, conta Itallo. “No caso da fratura na perna, por exemplo, ter uma substância assim no tratamento evita uma segunda cirurgia de retirada do material, já que ele se dissolverá por si só e passará a servir como nutriente. Além de atuar mais rápida e diretamente no objetivo, também favorece a recuperação por diminuir a necessidade de intervenção cirúrgica”, completou.
O trabalho é desenvolvido no Laboratório de Síntese de Materiais Cerâmicos (LabSMaC), da Unidade de Engenharia de Materiais (UAEMa/CCT). Sua aplicação é prevista para diversos procedimentos, seja na Medicina ou na Odontologia.