ALUNA DE DOUTORADO DA UFCG CONQUISTA PRIMEIRO LUGAR EM EVENTO NACIONAL
A estudante Ruth Luna, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEMat) e pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Fluidos de Perfuração (PEFLAB) do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) conquistou o primeiro lugar na competição Student Contest da 10ª edição do Encontro Nacional de Construção de Poços de Petróleo e Gás (X ENAHPE) que aconteceu entre os dias 04 e 07 de agosto em Campina Grande.
Pela primeira vez no Nordeste, Campina Grande sediou uma edição do ENAHPE. O evento, realizado pelo PEFLAB em parceria com a UFCG e a Fundação Parque Tecnológico, reuniu estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da indústria em uma programação que incluiu palestras, debates e a tradicional competição acadêmica Student Contest. A disputa ocorreu em três categorias — graduação, mestrado e doutorado — com trabalhos submetidos em inglês e avaliados por uma banca composta por professores e especialistas do setor.
Na etapa final do concurso, oito participantes foram selecionados para apresentações orais e defesas técnicas diante da comissão avaliadora. Na categoria de doutorado, a estudante Ruth Luna conquistou o primeiro lugar com um trabalho desenvolvido sob orientação dos professores Luciana Amorim (UFCG) e Tiago Almeida, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O pódio foi completado por representantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), consolidando o destaque da UFCG em um evento de alcance nacional.
Na competição, Ruth apresentou parte de sua tese de doutorado, voltada ao uso de inteligência artificial na avaliação de falhas de materiais empregados no abandono de poços de petróleo. O estudo consistiu no desenvolvimento de um fluido em laboratório, posteriormente submetido a condições extremas de tempo e temperatura para simular situações reais de operação. A partir dos dados obtidos, foi treinado um algoritmo de machine learning, utilizando aprendizado supervisionado e técnicas de classificação, capaz de prever se o fluido sofreria falhas sob determinadas circunstâncias — um avanço que alia inovação científica à aplicação prática no setor energético.
Além do rigor metodológico, o desafio da competição incluiu a obrigatoriedade de que todos os trabalhos fossem apresentados em inglês, desde o artigo escrito até a defesa oral. A exigência, segundo os organizadores, buscava refletir a realidade internacional da indústria do petróleo, em que a língua inglesa domina tanto a literatura científica quanto a prática profissional. Apesar do nervosismo natural, Ruth destacou a importância do apoio que recebeu de colegas e professores durante a preparação, com treinos intensivos de apresentação e orientações para lidar com termos técnicos no idioma. Essa dedicação, aliada ao conteúdo inovador de sua pesquisa, foi determinante para a conquista do primeiro lugar na categoria de doutorado. “É essencial para qualquer profissional da área saber falar em inglês, saber se comunicar em inglês, principalmente termos técnicos ou saber falar sobre assuntos da indústria em inglês. Então, obviamente, como qualquer competição dá aquele nervosismo, né?! Mas, eu trabalho, graças a Deus, com pessoas que ajudam muito! Eu tive muita ajuda do pessoal. Muita gente ficou me escutando enquanto eu treinava a apresentação em inglês e me ajudando nessa parte para eu me acalmar no dia do competição,” completou Ruth.
O trabalho premiado da Ruth reúne inovações de grande impacto para a indústria do petróleo. A pesquisa envolveu tanto o desenvolvimento de uma nova formulação de fluido para poços de petróleo — já patenteada em 2025 — quanto a aplicação de técnicas de machine learning para prever falhas durante sua utilização. Mas a inovação não ficou restrita ao meio acadêmico: o fluido desenvolvido no laboratório já está em uso pela Petrobras em operações de abandono de poços, evidenciando a relevância prática e imediata do projeto.
Além da contribuição tecnológica, a pesquisa se destacou pelo caráter interdisciplinar, resultado da parceria entre a engenharia e a estatística, unindo a expertise dos orientadores e a aplicação de algoritmos avançados de inteligência artificial, incluindo modelos emergentes recém-publicados (como o TabFPN que usa estrutura de tranformers e redes neurais para dados tabulares) em conjunto com modelos já consagrados na literatura científica, como Random forest, xgboost e lightgbm. Essa integração academia-indústria foi ressaltada como um diferencial do ENAHPE, já que as empresas puderam acompanhar de perto inovações que, como no caso do trabalho de Ruth, ultrapassam os limites da universidade e já se transformam em soluções aplicadas no setor energético brasileiro.
Confira a seguir uma foto da equipe vencedora, composta pela prof. Luciana Amorim (esquerda), a pesquisadora Ruth Luna (centro) e o prof. Tiago Almeida (direita).
