EUA: mão robô aprende movimentos com treinamento virtual

Pesquisadores apoiados pelo fundador da montadora de carros elétricos Tesla, Elon Musk, e pelo financista do Vale do Silício Sam Altman encontraram uma nova forma de usar software para ensinar uma mão robótica a executar novas tarefas, uma descoberta que eventualmente pode tornar mais econômico treinar robôs a fazerem coisas que são simples para humanos.

Pesquisadores da OpenAI, um grupo sem fins lucrativos de inteligência artificial fundado em 2015, afirmou nesta segunda-feira (30) que ensinaram uma mão robótica a rotacionar um bloco multicolorido até que o lado desejado do bloco ficasse com a face para cima.

A tarefa é simples. Como a mão robô conseguiu executá-la é o que marca o avanço: todo o aprendizado ocorreu em uma simulação de software e então o aprendizado foi transferido para o mundo físico com relativa facilidade.

Isso resolve um desafio para mãos robóticas, que se parecem com o punho de um robô do filme de ficção da década de 1980 “Exterminador do Futuro”. As mãos estão comercialmente disponíveis há anos, mas é difícil para engenheiros programá-las. Engenheiros podem escrever códigos específicos para cada tarefa, o que consome muito tempo de programação. Ou os robôs podem ser equipados com software que permite a eles “aprender” por meio de treinamento físico.

Mas o treinamento físico leva meses ou anos e tem seus próprios problemas. Por exemplo, se uma mão robótica deixar cair o que estiver segurando, um humano tem que pegar e colocar de volta na mão.

Os pesquisadores conseguiram cortar estes anos de treinamento físico e distribuí-los por múltiplos computadores que executam uma simulação que pode acelerar o treinamento em horas ou dias, sem ajuda humana.

Ken Goldberg, professor de robótica na Universidade de Berkley, na Califórnia, que não está envolvido com a pesquisa da OpenAI mas a avaliou, afirmou que o trabalho divulgado nesta segunda-feira “é um importante resultado” no objetivo de treinar a mão robô.

“Esta é a beleza de se ter muitos computadores trabalhando nisso”, disse Goldberg. “Não precisamos de qualquer robô. Precisamos apenas de muita simulação.”

Um dos avanços importantes da pesquisa da OpenAI foi a transferência do software de aprendizado da mão para o mundo físico, superando o que os pesquisadores do projeto chamaram de “distância da realidade” entre a simulação e as tarefas físicas. Os pesquisadores injetaram ruído aleatório à simulação, tornando o mundo virtual da mão robótica confuso o suficiente para ser surpreendida pelo inesperado no mundo físico.

“Agora estamos buscando mais tarefas complicadas para realizar”, disse Lilian Weng, membro da equipe técnica da OpenAI que trabalhou na pesquisa.

(Reuters)